Por que o diamante Hope é considerado amaldiçoado?

Descoberto na Índia no século XVII, o Hope possivelmente adornou uma estátua da deusa Sita antes de ser roubado. De acordo com lendas, esse ato teria desencadeado uma série de infortúnios para seus futuros proprietários, alimentando a fama da chamada “maldição do diamante”.

 

O diamante foi adquirido por Jean-Baptiste Tavernier, um viajante e mercador francês, que o vendeu ao rei Luís XIV em 1668. Sob posse da realeza francesa, o Hope foi lapidado em uma pedra menor e passou a ser conhecido como “French Blue”. Durante esse período, ele se tornou um dos tesouros da coroa. No entanto, a fortuna dos monarcas não duraria para sempre.

Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, foi uma das últimas portadoras conhecidas do diamante antes da Revolução Francesa. Seu destino trágico na guilhotina em 1793 reforçou as crenças de que a joia trazia desgraça. Durante os tumultos da revolução, o diamante desapareceu em 1792, junto com outras joias da coroa francesa.

 

O Hope reapareceu misteriosamente em Londres em 1812, coincidindo com o fim do prazo legal para a prescrição do roubo das joias da coroa. Em 1830, o banqueiro Henry Philip Hope adquiriu a pedra, que desde então passou a levar seu nome. A fortuna da família Hope, no entanto, sofreu um declínio ao longo dos anos, levando a disputas judiciais e dificuldades financeiras que acabaram forçando a venda do diamante.

No início do século XX, Evalyn Walsh McLean, uma das herdeiras mais ricas dos Estados Unidos, comprou o diamante de Pierre Cartier. Apesar da confiança de que poderia quebrar a maldição, sua vida foi marcada por tragédias: seu filho de 10 anos morreu em um acidente de carro, seu marido enfrentou problemas de saúde mental e perdeu a fortuna da família.

 

Antes de McLean, outros proprietários, como o joalheiro Simon Frankel, também enfrentaram falências e reveses financeiros após adquirir a joia, reforçando o mito de sua maldição.

Já em Hollywood, a história do Hope foi explorada por May Yohé, ex-esposa de um dos donos da joia. Em 1921, ela estrelou o filme “The Hope Diamond Mystery”, um seriado cinematográfico que ajudou a popularizar ainda mais as lendas e superstições em torno do diamante.

Hoje, o Hope Diamond está avaliado em aproximadamente US$ 350 milhões e continua sendo um dos diamantes mais famosos e estudados do mundo. Desde 1958, ele repousa no Museu Nacional de História Natural do Smithsonian Institution, em Washington, D.C. O diamante, exposto em uma vitrine especial, atrai milhares de visitantes anualmente, fascinados tanto por sua rara tonalidade azul profundo quanto por sua enigmática história.